
Anomalias vasculares
As anomalias vasculares ocorrem por dois mecanismos principais: proliferação anormal de células vasculares que resulta no desenvolvimento de um tumor ou alteração no processo de formação das estruturas do sistema vascular, incluindo capilares, vasos linfáticos, veias e artérias.


Esses mecanismos originam diversos tipos de anomalias vasculares que são classificadas em dois grupos:
tumores vasculares e malformações vasculares.
Apesar das semelhanças, cada categoria tem suas especificidades.
Essa ampla variabilidade clínica exige abordagem terapêutica individualizada
O diagnóstico correto é frequentemente desafiador devido à diversidade de apresentações, que variam desde alterações superficiais da pele até malformações complexas envolvendo grandes vasos e estruturas profundas.
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O emprego de nomenclatura científica adequada evita confusões e terminologias imprecisas, garantindo a comunicação clara entre os profissionais e a melhor compreensão pelos pacientes e familiares.
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As anomalias vasculares podem ser congênitas, presentes desde o nascimento, ou adquiridas, manifestando-se posteriormente por fatores como trauma ou outros desencadeantes. Acometem todas as faixas etárias, sendo mais frequentes em crianças e adultos jovens.
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Do ponto de vista clínico, essas lesões podem ser assintomáticas e apenas estéticas, ou causar sintomas funcionais como dor, sangramento e limitação de movimentos, além de significativo impacto estético e psicossocial. Nos casos mais graves, podem comprometer funções vitais ou representar risco de vida, como nas malformações arteriovenosas cerebrais ou naquelas que afetam vias aéreas.
considerando localização, sintomatologia, idade do paciente e impacto na qualidade de vida. Por isso, é fundamental que o atendimento seja realizado por uma equipe especializada, experiente e multidisciplinar para determinar com precisão o diagnóstico e a melhor estratégia de tratamento para cada caso.
Causas das Anomalias Vasculares
​Estudos científicos identificaram diversas mutações genéticas envolvidas no desenvolvimento das anomalias vasculares, embora as causas da ocorrência das mutações não sejam completamente compreendidas.
Sintomas
As anomalias vasculares podem apresentar ampla variedade de sinais e sintomas, que variam conforme o tipo, localização e extensão da lesão.
Alteração na coloração da pele
A área afetada pode apresentar tons suaves ou mais intensos, como rosado, vermelho, roxo ou azul-escuro, dependendo do tipo de vaso envolvido e da profundidade da lesão.
Dor ou desconforto
Algumas anomalias geram dor local, principalmente quando há aumento do fluxo sanguíneo, inflamação ou compressão de estruturas adjacentes.
Inchaço ou
massa palpável
Pode surgir em qualquer região do corpo, sendo mais evidente quando localizado superficialmente, podendo variar de tamanho conforme a atividade ou posição.
Episódios de sangramento
Em hemangiomas ou malformações arteriovenosas, existe maior risco de sangramento espontâneo ou após pequenos traumas, devido à fragilidade da pele e da mucosa afetada por vasos anômalos.
Comprometimento funcional
Quando localizadas em órgãos internos ou próximas a grandes vasos, podem causar dificuldades respiratórias, problemas circulatórios ou alterações no funcionamento de sistemas vitais.
A identificação precoce desses sinais é fundamental para estabelecer o tratamento adequado, prevenir complicações e preservar a qualidade de vida do paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico das anomalias vasculares é realizado através de avaliação clínica abrangente, que inclui histórico de saúde detalhado, exame físico cuidadoso e exames de doppler ou ultrassom no consultório.
Para complementar a investigação e obter informações precisas sobre localização, extensão e características da anomalia, são solicitados exames de imagem específicos. Esses estudos auxiliam na definição do tipo de anomalia vascular e orientam a escolha da estratégia terapêutica mais adequada:
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Ultrassonografia com doppler: Exame não invasivo frequentemente utilizado como primeira abordagem para avaliar fluxo sanguíneo e estrutura da anomalia.
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Ressonância magnética: Fornece imagens de alta resolução e é fundamental para identificar a extensão da lesão em tecidos profundos, além de auxiliar no planejamento terapêutico.
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Angiografia por cateter: Indicada em casos complexos, permitindo visualização detalhada do sistema vascular e, em algumas situações, possibilitando a realização simultânea de tratamentos intervencionistas.
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Tomografia computadorizada: Pode ser recomendada em casos específicos, porém oferece informações limitadas sobre partes moles e vascularização.
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Biópsia e estudo anatomopatológico: Indicados em situações específicas quando há necessidade de esclarecer o tipo de anomalia vascular ou descartar tumores malignos.
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A identificação precoce e precisa é fundamental para garantir tratamento eficaz e melhores resultados a longo prazo.